sábado, 30 de outubro de 2010

Quando a agricultura dá certo...

A agricultura constitui o sector mais deprimido da economia nacional.
É ao nível da agricultura que se verificam os salários mais baixos, que a idade média dos agricultores é elevada e a área cultivada é cada vez mais reduzida. A estes factores juntam-se ainda a falta de investimento nesta área, a concorrência internacional, o desconhecimento científico ao nível das culturas e a falta de incentivos. No entanto, vamos conhecer alguns casos de sucesso:- Vinho: a “Ferreirinha” de Palmela – Leonor Freitas tornou-se viticultora, dando seguimento à casa agrícola dos seus pais, à qual já pertenciam vários troféus internacionais.
Modificou a qualidade do vinho e tornou a produção mais rentável, sustentando uma marca própria. Para maior escoamento da produção implementou o sistema bag-in-box.
Leonor apostou em novas castas, que se adaptavam ao nosso solo, e que permitiam produzir vinhos mais compostos e com mais qualidade. Dispôs sempre de um enólogo, uma aposta com mão-de-obra qualificada.
Aproveitou o apoio dos fundos comunitários, para investir no seu trabalho. Comprou mais hectares de vinha, o número de trabalhadores aumentou, e continuou a notar-se a existência de pessoal qualificado e licenciado.
A produção continua a aumentar e criou mais um centro de vinificação.
- Azeite: o grupo Sovena cria olival em 10 mil hectares de exploração intensiva.
Em 2009 adquiriu 5200 hectares de olival, já tendo investido 200 milhões de euros na produção, ficando assim com 9700 hectares. A empresa está agora a construir um lagar em Odivelas, desenhado pelo arquitecto Ricardo Bak Gordon. A colheita é mecanizada. As máquinas em forma de arco «vindimam» o olival, abanando os ramos e libertando-os da azeitona. Assim, os custos diminuem e a apanha é mais rápida, pois a máquina consegue fazer 5 hectares por dia.Luís Folque, administrador da Sovena, justifica a importância de ter produção própria, poder experimentar e fazer azeites, monovarietais e de produção específica.
Esta empresa detém a marca Oliveira da Serra e vende para mais de 70 países.
- Frutos Silvestres: a produção de bagas de mirtilo em Sever do Vouga revolucionou a região e salvou o microfundio familiar. Nesta região onde predominam minifúndios, o mirtilo foi introduzido como forma de aumentar o rendimento dos agricultores.
Os terrenos foram avaliados por técnicos da fundação holandesa Lockorn, e verificaram que a zona era óptima para introduzir os pomares.
Muitos agricultores têm reconvertido os terrenos para receber os pomares de vaccinium corymbosum, que produz uma baga com poder antioxidante, com benefícios para a visão e para o aparelho circulatório.
A preparação do terreno, as exigências nutricionais e a colheita justificam os elevados custos de instalação e exploração. Contudo, as 10 toneladas produzidas por hectare recompensam os agricultores.
- Cereja: Filipe Costa, engenheiro agrónomo, estudou o sector para vir a cuidar das terras da família e replantou um pomar de cerejas.
Filipe é o coordenador técnico da Cerfundão, empresa que embala e comercializa cereja da Cova da Beira, afirma que 2010 foi um mau ano agrícola, devidas as chuvas tardias de primavera.
Os pomares estão instalados em patamares talhados a laser, seguindo as curvas de nível e os 110 hectares são monitorizados através de chips colocados nas filas das árvores.
Através do telemóvel Carlos pode receber diversas informações sobre a produção.
Luís Martins, presidente da junta de Alcongosta e proprietário da empresa Sabores da Gardunha, reconhece que a cereja tem gerado rendimentos que permitem a expansão dos agricultores.
Fonte: revista Visão de 23 de Setembro de 2010
Notícia apresentada pela Ana Rosa, aluna nº 3 do 11ºD