terça-feira, 9 de novembro de 2010

Viver no meio rural tem as suas vantagens

Em tempos de crise morar fora das cidades pode ser mais prático e acessível. Vamos conhecer alguns casos que revelam as vantagens de viver em pequenas comunidades:

- "Montanha Mágica": um casal de ceramistas que se refugiou no Gerês, realiza workshops e exposições de peças artesanais.
José afirma " não saio da montanha nem morto! ". A esposa resolveu dedicar-se ao ateliê e à horta, que tem uma vista fabulosa para a serra e para a albufeira da barragem de Paradela.
O casal já não pensa sequer em sair do local;

- "Na toca do lobo": uma bióloga e um cientista madeirense instalaram-se numa aldeia transmontana, Eiriz.
Para eles a tradicionalidade tem um "encanto especial".
Clara trabalhou num projecto de conservação do lobo ibérico, e Sandro fez uma pós-graduação de Turismo de Natureza. Juntaram-se e criaram uma empresa de animação turística, a Monte de Encanto, fundada há 3 anos, virada para o ecoturismo e para a valorização dos produtos locais.
São muitas as vezes que se abastecem em supermercados espanhóis, uma vez que os produtos e serviços são mais baratos.
É possível participar em actividades como a apanha do cogumelo, da castanha e da amora, da qual fazem compotas para venda. Planeiam que um dia os seus filhos fixem em Eiriz para estarem em contacto com a natureza e com as coisas simples da vida;

- "E Portugal aqui tão perto": Irene Oliveira, 69 anos, residente em Santa Leocádia, coordena um ateliê de bordados, dá aulas de ginástica, cuida dos jardins públicos, entre outras actividades.
Santa Leocádia é uma freguesia de boas práticas comunitárias, perto de Viana do Castelo e Ponte de Lima.
Todos os habitantes têm médico de família e as escolas são tecnológicas. Nesta freguesia existe grupo de teatro, organizam-se circuitos BTT, torneios, corridas, entre outros eventos.
O museu, a biblioteca itinerante, as aulas de fitness e os postos de net juntam as gerações da freguesia.
Irene diz ter tudo como na cidade, mas que também tem o que a cidade não tem: vizinhança, ar puro e autocarro à porta para ir passear.
Carlos Torres saiu do Brasil e veio para Santa Leocádia viver, onde governa sem salário.
Carlos afirma que a urbanização da freguesia avança gradualmente, e que a freguesia tem uma cooperativa onde adivinham produtos agrícolas inovadores, a criação de uma marca regional de sabores e artesanato, projectos na área pastorícia e aproveitamento de energias;

- "O `rei pescador": Dinis Parreira decidiu voltar à praia que o viu nascer há 51 anos para fazer aquilo que gosta: pescar.
Acabou por abrir um restaurante" O Dinis", famoso pela qualidade e frescura do peixe.
Para voltar a pescar arranjou um barco e pescava à moda antiga, com a arte de arrastar.
Dinis afirma que gosta de pescar e de dormir nas dunas, e que enquanto o fizer será feliz;

- " Um bebé na aldeia ": O casal de geólogos rumou para a Beira Baixa em busca de oportunidades, fugido do desemprego. Compraram uma casa no centro da aldeia, onde outrora funcionava um forno comunitário.
Para além da recuperação do forno, no qual ainda cozem pão que vendem na sua padaria, acrescentaram um piso com 6 habitações, onde hoje funciona o turismo rural Casa do Forno frequentada essencialmente por estrangeiros que adoram a região.
Á volta da aldeia existem diversos percursos pedestres, de rara beleza.
Luísa, a filha do casal já nasceu na aldeia, e melhor ambiente para ela não há.

- "Em paz com a Natureza": o baixista dos GNR, Jorge Romão, mudou-se para Aspra com a mulher e os quatro filhos.
O baixista revela que foi amor à primeira vista pelo local e logo construiu uma casa de fim-de-semana. Mas, quando perceberam que a qualidade de vida era bem melhor em Aspra, decidiram aí permanecer.
Há simples coisas que fazem as “delícias da família”, como a vizinhança, a natureza e a bicharada.
Quando não está ocupado, Jorge dedica-se à agricultura, para prevenir o stress.

- " Regresso às origens": Para fugir da confusão da cidade, a fadista Cristina Branco
e família mudaram-se para Almeirim.
A actual casa, no centro da pequena cidade ribatejana, situa-se paredes-meias com um antigo convento e o mercado.
No entanto, não estão na cidade e têm tudo como lá, desde os médicos, as escolas, o comércio.
Também existe uma mercearia gourmet, na qual podem encontrar mel do apicultor e fruta apanhada directamente das árvores para a loja.
A vizinhança preocupa-se com o bem-estar da família da fadista e ajuda-a no que é preciso.
Cristina afirma que fora das cidades " as pessoas vivem com mais tempo, convivem mais, interajudam-se como não o fazem nas grandes cidades.";

- Segundo a psicóloga Maria João Figueiredo, tem-se vindo a assistir cada vez mais ao êxodo rural.
Por vezes uma pequena herança no meio rural pode constituir o ponto de partida para o início de um novo projecto. Nestas situações é o lado afectivo que pode falar mais alto.
A vida no campo é mais calma do que na cidade, e o contacto com o meio ambiente é maior, assim como a possibilidade de ter uma horta para produzir os próprios alimentos.
A vida e trabalho fora da cidade não implicam que não se possa continuar a lá ir. No entanto as novas tecnologias e comunicações fazem com que as pessoas não se sintam isoladas.
A psicóloga acompanha doentes de 30, 40 anos, com problemas cardíacos, por vezes derivados ao stress citadino, razão que leva alguns a mudar-se para o campo.
Fonte: revista Visão
Notícia apresentada pela Ana Rosa, aluna nº3 do 11ºD