sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Aula de 10 de Novembro

No dia 10 de Novembro (quarta-feira), demos início ao estudo das actividades industriais nas áreas rurais.
Normalmente as áreas rurais estão confinadas sobretudo às actividades do sector primário, mas não têm de estar. É necessário diversificar as suas funções, tornando-as mais abertas à modernização e à inovação.
Nos últimos 40 anos o fenómeno da industrialização em Portugal percorreu três fases: a 1ª fase foi entre 1960 -1973; a 2ª fase foi entre 1973-1986 e a 3ª fase iniciou-se em 1986.
Houve uma Industrialização tardia pois, apenas em 1963 é que o valor da produção industrial ultrapassou pela primeira vez o da produção agrícola. E Portugal passa a fazer parte do grupo de países europeus em vocação industrial.
Os principais factores responsáveis pelo crescimento industrial pós-1963 foram a adesão de Portugal à EFTA (Associação Económica de Comércio Livre), o fomento das exportações, a aplicação de incentivos fiscais aos empresários, as vantagens e facilidades de acesso ao crédito e a abertura ao investimento externo (multinacionais).
As principais indústrias eram as industrias químicas e dos plásticos e a industria têxtil e do calçado. Estas indústrias estavam orientadas pela lógica das economias de escala e da mão-de-obra barata.
A crise industrial pós-1974 foi marcada por vários acontecimentos como a crise petrolífera de 1973 (aumento do preço do barril de petróleo), a dificuldade de colocar os produtos nacionais no mercado externo, a concorrência imposta pelos NPI’s (Coreia do Sul, Hong Kong, Singapura e Taiwan), os reduzidos índices de produtividade da mão-de-obra e aos investimentos nacionais e a excessiva intervenção do Estado na economia nacional.
A intervenção do Estado permitiu desvalorização da moeda que permitiu a promoção das exportações e provocou dificuldades na compra de matérias-primas.
O fenómeno da industrialização em Portugal não foi homogéneo. É possível distinguir seus tipos de regiões industriais com características diferentes:
I. Cidades de Lisboa e do Porto – espaços com funções de direcção e gestão da actividade industrial.
II. Áreas Metropolitanas de Litoral e do Porto – áreas fortemente industrializadas com unidades bastante sensíveis a economias de escala e aglomeração.
III. Áreas rurais periféricas às AM’s – espaços pouco industrializados com tendências para aumentar a sua participação de emprego empresarial.
IV. Áreas industriais antigas dos distritos do litoral – enclaves industriais em áreas rurais, cujo desenvolvimento assentou na oferta de recursos naturais, energia e boas qualidades.
V. Áreas industriais antigas dos distritos do interior – espaços com origem semelhantes aos do litoral, assentes numa lógica familiar e local, fortemente dependentes do sector têxtil.
VI. Sedes de distritos – áreas que oferecem vantagens de aglomeração (mercado, mão-de-obra, serviços), atraindo investimentos antigos.
Texto apresentado pela Raquel Silva, aluna nº 16 do 11º D