sábado, 4 de dezembro de 2010

Aula de 3 de Dezembro

Na aula do dia 3 de Dezembro, abordámos os espaços periféricos e alguns espaços do interior das áreas urbanas de Lisboa e do Porto, nomeadamente as vilas e ilhas e a estruturação residencial da cidade.
É a partir do CBD que aparecem estradas de ligação às zonas periféricas.
Seguem-se as zonas residenciais, estruturadas pelo nível de vida (classe alta, média ou baixa).
Nas zonas rurais próximas das cidades situam-se espaços que tendem a ser ocupados por pessoas que trabalham na cidade. Desenvolvem-se então as chamadas migrações pendulares.
Nos países desenvolvidos, a população desloca-se do centro para a periferia, assim como as actividades económicas.
Nos países em desenvolvimento, a cidade não tem capacidade para absorver tanta gente. Por isso, a cidade cresce, mas com grandes contrastes sociais: existem bairros de ricos e bairros de barracas.
Na segunda metade do século XIX, o problema de habitação em Lisboa e no Porto agravou-se devido ao grande aumento da população residente, induzido pela industrialização.
Acabou por se construir uma tipologia de habitação operária específica, com o fim de maximizar a renda fundiária, através da construção de modelos habitacionais, de traçado uniforme, de grande densidade e insalubres.
As vilas de Lisboa e as ilhas do Porto, eram filas de pequenas casas construídas em locais próximos da classe média, mas com poucas condições habitacionais.
A ocultação da habitação das camadas mais desfavorecidas, contribui para que, até hoje, persistam esquecidas dentro da grande cidade.
Os primeiros bairros de barracas foram construídos por migrantes vindos do meio rural. Com o 25 de Abril a sua construção intensifica-se, passando a serem ocupados por população africana. Estes tipos de bairros são concentrados de pobreza, de população sem estudos e com dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e consumo.
A falta de habitação tem sido solucionada através da construção de habitações sociais. Estas apresentam alguma qualidade, não massificando os edifícios e apetrechando os locais com áreas pedonais e verdes.
No entanto, a maioria destes tipos de habitação em Portugal, apresentam uma qualidade de vida duvidosa, massificação de edifícios em altura, e onde os problemas são graves e ligados a conflitos sociais.
A habitação cooperativa é outra solução para resolver os problemas de alojamento da população mais carenciada. Esta solução usufrui de apoios privilegiados do Estado, tais como isenções fiscais, financiamentos bonificados e acesso a terrenos públicos.
No final da aula ainda vimos dois vídeos. Um deles era sobre o bairro do Aleixo, no Porto. Este bairro apresenta cinco torres de habitação, sendo na primeira dominante o consumo de drogas. As restantes torres são caracterizadas por serem habitadas por pessoas de classe média-baixa, parte delas idosas. Já se ponderou a hipótese de demolir as torres. No entanto, alguns dos habitantes recusam abandonar a casa onde vivem há mais de 30 anos; outros dizem que a vida no bairro é insuportável, que são olhados de lado por viverem onde vivem, e que, apesar de não estarem ligados ao consumo de drogas, têm sempre a polícia por perto. Estas pessoas vivem rodeadas de grades, como se vivessem numa prisão.
Mas não é a demolição das torres que vai acabar com o tráfico de droga. Pelo contrário, ainda vinha agravar a situação, pois os consumidores espalhar-se-iam por outras zonas.
O cenário de miséria nestas torres é bem visível, assim como a falta de intervenção social.
O segundo vídeo era sobre bons exemplos de comércio no CBD, nomeadamente no Chiado, Lisboa. Tem-se verificado um maior número de pessoas a optar pelo comércio de rua. Apesar da oferta no Chiado ter aumentado, ainda não consegue acompanhar os centros comerciais. Apesar disso, a baixa lisboeta começa a recuperar movimento. Para isto, iniciativas ligadas à arte tentam cativar os consumidores para o Chiado.
Texto apresentado pela Ana Rosa, aluna nº 3 do 11ºD